Retrospectiva BBB10 - Eliéser

A melhor definição de Eliéser é que bobo não significa burro. Eliéser foi bastante bobo. De burro, não tinha um único fio de cabelo.

Quando começou, quase todos apostavam que seria um dos primeiros eliminados. Ao se declarar para a Cacau, o público pensou: "Legal, arrumou um romancezinho para se segurar por mais tempo". Não conseguia articular direito seus pensamentos, fazia justificativas de voto engraçadíssimas e saía se achando o máximo, lambia prato, enfiava o dedo no nariz, dizia um monte de asneiras, provocava VA total nas festas.

E, de repente, todo mundo o adorava. Mesmo. Quando foi a vez de eliminá-lo, vi vários comentários da torcida que votou por sua saída dizendo que era uma pena.
Eli jogava lindamente para o público. Não cheguei a contar o tempo que ele apareceu nas edições mas, se não foi o campeão de cenas da Globo, chegou perto. E não acredito que não tenha sido de caso pensado. Há os que jogam para a casa, há os que jogam para fora da casa, há os que jogam para ambos. Eli soube fazer os dois por bastante tempo. Foi o alívio cômico do público ao mesmo tempo em que foi o que melhor leu o jogo da Lia. Pode ter se excedido e se queimado na famosa briga que os dois tiveram, mas em meio aos seus berros as pessoas ouviram exatamente tudo o que se pensava e se sabia sobre a dançarina. Articulou a famosa combinação de votos com casca de laranja, defendeu o Puxadinho do início ao fim, e, claro, se deu mal por isso.

Foi um BBB em que escorregões do lado do Puxadinho não eram perdoados, e Eli escorregou algumas vezes, sim. Seu destempero nas brigas é um exemplo. O caso do anjo ainda merece mais avaliação. Não acho que tê-lo aceitado foi covardia, mas um erro de estratégia, principalmente por saber quem eram os Monsters e a dimensão que eles dariam ao caso. Talvez, se tivesse enfrentado Lia em um paredão sem robozinhos, tivesse chance de continuar na casa. Também me pergunto se a mídia e a Globo teriam sido menos cruéis com ele se Eli tivesse lido as diretas de Bial no dia do paredão em que foi imunizado e tivesse recusado o anjo. Mas isso é a visão de quem está do lado de fora e conhece todos os lados da história. Lá dentro, é impossível saber. Além disso, repito, aceitar anjo não é pecado, ao contrário. É para imunizar um amigo ameaçado que ele existe.

O que marcou a trajetória de Eli foi sua imaturidade em alguns momentos, sim, mas também um coração enorme, lealdade aos amigos sempre, uma espontaneidade que beirava o infantil, muita coerência e muita graça. Soube jogar, só lhe faltou mais malícia, e mais senso de humor por parte do público. Eliéser foi, sem dúvida, uma das figuras indispensáveis desse BBB.

Obrigada Mari, do blog Cartas para Bial, por toda essa homenagem para o nosso casal! Galera, comentem com carinho lá!!! A MARI merece e muito!!!!